segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Ciclo Essencial.

O essencial é encontrar você sentado à escrivaninha, dizendo que me ama loucamente e que está a discorrer mais um capítulo da nossa linda história de amor.
O essencial é ver o brilho dos teus olhos quando saio dizendo que vou  voltar e quando volto encontrar você sentado à escrivaninha dizendo que me ama loucamente.
O essencial é fazer amor por horas seguidas e mesmo pingando suor ainda pela manhã, ver o brilho dos teus olhos quando saio dizendo que vou voltar .
Ventar.
Vento ciclonal.
Círculo.
Ciclo Essencial.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Saudades, é só isso.


Assustou-se. Não sabia o que tinha acontecido, se era sonho ou realidade. Preferia esquecer. Tentou pegar no sono mais uma vez, mas ele tinha decidido dar uma volta e ela não percebeu. Então, Ana se levantou, olhou-se no espelho pequenino do banheiro mal iluminado por conta dos problemas na instalação elétrica. Deu uma volta no quarto, foi à varanda. Nada, nada que pudesse ser feito àquela hora da madrugada. Pensou em tomar um café, mas lembrou que isso ajudaria apenas no passeio do seu sono. Desistiu. Sentou-se na cama. Olhou pro teto, lembrou de coisas antigas, como seu aniversário de quinze anos, das daminhas, do lindo e gigante bolo, da valsa com seu pai falecido, sentiu saudades. Lembrou também de sua formatura do ensino médio, dos amigos deixados na pequena cidade, de quando passou no vestibular e da imensa alegria de sua mãe que agora ainda estava lá, na mesma pequena cidade onde deixou seus amigos, naquela cidadezinha que sabia que não era mais dela e que nunca mais voltaria a ser, tinha medo é que os amigos e a mãe também não fossem mais seus, mas preferiu não pensar nisso naquele momento.
Foi à sua estante, procurou um livro ainda não lido e percebeu que precisava ir à livraria urgentemente. Olhou as horas no celular ( seu relógio havia caido na privada. Quanta desatenção da parte de Ana, não acha? ). Eram 05:18hs. O dia começava a nascer. Ana então sentiu vontade de nascer junto com ele, de se renovar, de voltar ao passado e àquela cidadezinha no interior que agora não era mais sua. Não pôde. Tentou ver tevê. Nada lhe agradou. Quis gritar, chamando  seu sono de volta, dizendo que a hora do passeio já havia acabado, mas lembrou que tinha vizinhos. E quão chato eram seus vizinhos. Não podia sequer levar um rapaz para, de repente, quem sabe, dar uma galopada à noite, gemer, gritar, gozar. Até disso eles reclamavam. "Que saco", pensou Ana. E por falar em rapaz, em galopar, em gemer, gritar e em gozar, lembrou-se de Luís. É aquele P.M. mesmo, sentiu saudades. Saudade do dia que se conheceram (não na cidadezinha que não pertencia mais a ela), ali em algum bar que não mais se recordava. Cruzou as pernas e sentou-se à mesa, foi isso que ele disse que chamou sua atenção,  "meu jeito charmoso de sentar-me à mesa e de cruzar as pernas, ali sozinha, com os meus cabelos encaracolados, compridos e loiros. Eu ri. É. Ri! Não sei se ele gostou do meu riso, pode ter achado um deboche. Mas não era. Ri pela sua cara de tarado que fazia quando dizia do meu jeito de cruzar as pernas. Ahh, Luís. Que falta eu sinto do fim daquela noite. Aquela sua boca animando minhas íntimas partes, aquele seu suor escorrendo pelo meu corpo, eu te sentindo, você se deleitando com meus cabelos encaracolados, compridos e loiros", Ana já começava a se acariciar com aqueles pensamentos. UFA, quantas lembranças que Ana possuía. Achou melhor não mais pensar nisso, afinal estava sozinha, sem aquele moreno, pedaço de mal caminho que era  Luís. Não queria passar o resto da madrugada cansando seu dedo indicador.
Deitou-se à cama. Pensou mais um pouco. Em como sua vida tinha mudado após crescer, amadurecer. Não queria ter amadurecido tão precoce, acha que perdeu um pouco de sua adolescência preocupando-se com  seu futuro. E agora ela sente saudades, é só isso. Saudades de tudo. E quanto isso dói, fere do jeito mais cruel a alma e o coração de Ana. Então ela chora, chora baixinho por causa de seus vizinhos chatos. E  seu choro é  suficiente pra fazer seu sono retornar do passeio.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Diferentes vidas, amores iguais. - Parte 2


Laila e Taylor se reencontraram. Dessa vez ela teve a certeza dos seus sentimentos. São verdadeiros, verídicos, fortes e inabaláveis. Porém não são da mesma forma dos de Taylor. Esse a ama com voracidade e diz nunca desistir de Laila. Isso a deixa feliz por um certo ponto, mas a entristece por saber que não pode amá-lo da mesma maneira.
Mas enfim, Laila sabe que nunca o esquecerá. Seu espaço está reservado por tempo eterno. Ela teve que superar mais uma vez  seu medo. Enfrentou a sua nova vida. Não sabe ainda no que vai dá, é tudo muito recente e ela ainda se sente só, mais que nunca, ela está só. E quando se deu conta disso, as lágrimas tremeram em suas pálpebras, quiseram explodir, correr, derramar-se, e foi isso que fizeram. Molharam a face de Laila como nunca tinham feito antes. Continuam a rolar e começam a dizer que não sabem quando cessarão. Com isso, o pavor das novas vidas invade a alma de Laila e a deixa nervosa, suada, trêmula. Ela seguirá em frente - como sempre -, mas pede força a todos que possam ajudá-la. Laila não sabe se irá resistir, se continuará a respirar, pois as lágrimas começam a engasgar-lhe de tão desesperadas para sairem dos tristes olhos da pequena Laila.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Tuas transformações.


TIRE SEUS OLHOS DE MIM!
Cansei de carregar o fardo pesado que é a sua consciência, tuas palavras, o teu ser.
Largue-me, não volte, esqueça-me, desapareça.
Teu cheiro foi transformado em odor puro, forte e insuportável.
Teu sorriso, agora é a mais completa falsidade que alguém pode se envolver.
Tua face é a mais feia e triste que já vi.
Essas tuas transformações me fazem ir além do meu sentimento, transforma o meu amor em mais inteiro ódio. Nada mais será igual, mesmo sabendo que a saudade chegará, baterá forte e me fará sofrer. Sim, sofrer. Sofrer mais, ainda mais.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Devaneios torturantes.


Aquela noite seria difícil conseguir dormir. Júlio sabia muito bem disso. Os seus pensamentos andavam soltos e ele começava a escutar passos, sentir medo, tremer, não respirar. Queria sumir (ou morrer, se melhor fosse), não sabia o que estava acontecendo com sua cabeça, com sua mente que andava tão vazia, tão apagada. Júlio suava, sentia-se gélido e pálido. Quem estava a chegar? Quem entraria pela porta?
Ele então se encolheu, debruçou-se entre as pernas, abaixou sua cabeça, chorou, gritou, tentou se abraçar, aquecer-se e ninguém entrou. Porém os passos continuavam se aproximando, continuavam a aumentar o medo de Júlio. Então correu. Correu pra outro aposento, como se aquele canto fosse destruir, mandar embora, matar todas as suas fantasias. Não foi assim.
Vozes começaram a soar nos ouvidos de Júlio e ele tremeu ainda mais. Não sabia o que fazer. Os devaneios torturantes apareciam toda noite e ninguém podia ajudá-lo.
Ele desejava apenas que aquilo o deixasse. Não queria compartilhar suas loucuras com ninguém. Sentia mais medo só de pensar nisso.
Mas enfim, Júlio sabe que tudo isso continuará por algum tempo. Ele sabe qual é o seu problema, mas este, ele diz não revelar a ninguém.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Lou - CURA !


Fred era alto, homem robusto, cabelos pretos e sorriso branco. Um homem bonito, com a mente aberta, porém confusa, com uma vida atordoada e sem destinos.
Mais uma vez Fred tomou uma decisão. Quis partir, mesmo tendo que carregar a saudade nas mãos . Não sabia pra onde iria e como se sustentaria, ele tinha a noção de que sua atitude era louca e ingênua. Partiu sem nada saber, quis mudar, sumir, morrer. A vida complexa de Fred é inenarrável, inexplicável. Sentia dores frequentes e fortes, sem motivos, sem soluções. Possuia ( SIM! possuIA - passado )o desejo de ter alguém do seu lado. Agora, queria se sentir solitário e ouvir a voz que de algum canto do mundo soprava algo misterioso nos seus ouvidos. Como alguém pode querer estar na solidão ? NÃO SEI! Mas era assim e não tinha quem o fizesse mudar de ideia.
Nesse momento, Fred está sentado, na mesa da cozinha, em mais uma casa desconhecida, tomando um café forte e amargo - porém o seu preferido -, pensava se queria continuar a sua jornada. Mas como continuar? Para onde ir? 

- Ah Fred. Não é você o louco. O mundo é que não está tão normal. Acalme-se, você deve continuar, mesmo sem saber pra onde e como ir. Será sempre assim: um caminho sem fim, uma dor sem cura, um olhar não fixo, lágrimas que não secam. A tendência é assim continuar, ou piorar. É a vida, é o mundo. Nem todos possuem o mesmo pensamento que você. Alojam-se em um único lugar e por ali permanecem eternamente. Juntando bens, aumentando suas riquezas, seu ego, sua falsa felicidade. Não buscam mais o caminho para trilharem. Eles mesmos criam um. Não se engane, caro Fred, mas também não desista. Você é único, sim, mas com certeza, pode abalar o mundo. (yn) -

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Queridas vidas,


Sinto-me honrada em poder falar com as senhoritas, senhoras, não sei. Perdoem-me por ter escrito à todas, mas é que eu não quis ser mesquinha ao vir agradecer somente pela minha vida e pedir coisas somente para mim. Então decidi confundi-las ao ler minha carta quando estiverem tentando descobrir de qual vida estarei me referindo, espero que consigam. ( Boa sorte! )
Primeiramente, quero agradecer por todas as vidas existentes e por todas que também já se foram, afinal essas escreverem uma história e deixaram saudades para alguém. Agradeço também pelas vidas que possuem um teto, um alimento diário, filhos, alegria, bom humor, paciência, entre outras tantas mil qualidades. E rogo por aquelas que nada disso possuem, principalmente um teto para serem encobertos, alimentos para sorrirem mais. A cada dia vejo mais situações assim e isso me faz sentir egocêntrica. A mídia todos os dias anuncia uma morte causada pela fome ou pela chuva que insiste em destruir os pobres casebres. É tudo tão trágico, lindas vidas. Mas mudando de assunto, quero voltar a agradecer pelas festas, férias e o retorno a uma atividade.
Enfim, quero pedir paz. Não só a mim, a todos, ao mundo. Peço-lhes que sejam humildes conosco. Mais uma vez peço desculpas por tanto pedir, mas tudo que for possível eu agradeço ( mesmo sem aqui mencionar ). Obrigada pelo precioso tempo de vocês, queridas. Imagino o quanto devem ser disputadas.

Mais uma vez agradeço,
Miriane.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Diferentes vidas, amores iguais.

Mais uma vez ela, Laila, teve que "começar" mais uma nova vida. Foi como nascer novamente ( ou ressucitar, não se sabe ), porém Laila não queria fazer isso, afinal ela já estava exaurida. Mas não teve escolha. Lá foi ela, com a cabeça erguida - ela sempre estava assim - não olhou para trás e confiou em si mesma.
Durante muito tempo Laila ficou receosa, teve medo de sofrer como nas suas "outras vidas", teve medo de não se aguentar de tanta saudade, medo de não alcançar seus objetivos, apesar de saber que ela nunca desistiria se isso vinhesse a acontecer. Mesmo assim ela teve medo de não encontrar pessoas acolhedoras, sinceras. Ah se Laila soubesse que isso não ia existir, ela não teria sentido tanto medo e teria seguido em frente muito antes.
Laila teve a sorte de encontrar muita gente, mas dentre essas, uma foi especial. Taylor é o nome dele. Acho que ela nunca se esquecerá de todos os momentos compartilhados, embora poucos, mas tão intensos, tão verdadeiros.
Foi em mais um dia de luta que Laila encontrou Taylor. Quieta, ouvindo atenciosamente ao que seu mestre falava, ela se deu conta da presença de uma pessoa nova naquela sala. Alguém diferente de todos, com uma atenção ( ou desatenção ) nunca vista antes. Ele possui um estilo próprio, gírias próprias, olhar marcante, olhar esse que Laila sabe que NUNCA vai esquecer, olhar profundo e verdadeiro que depois de algum tempo ela começou a encontrar o consolo.
Por alguns dias, Laila e Taylor trocaram olhares, sentiram-se tímidos, mas de alguma forma intímos também. A curiosidade instigou os dois. Não aguentaram. Puxaram assunto, o qual nem me lembro mais, riram, conheceram-se, gostaram-se, grudaram-se. Depois daquele dia, Laila e Taylor não mais se esqueceram. Mas como toda história que até hoje ouvi, que li ou que presenciei, não tiveram um final feliz. Não sei narrar o sentimento que um sente pelo outro até hoje, amizade, amor, paixão, piedade, gratidão pela companhia, na verdade acho que é uma relação que abrange todos eles. Infelizmente, depois de muito tempo, tiveram que se separar. E mais uma vez eu não sei o por quê. Talvez destino, talvez uma opção dos dois. Eu só sei que eles sentirão algo um pelo outro eternamente, mesmo que não se encontrem mais, mesmo que não se falem mais, o sentimento permanecerá! E a cada reencontro este aumentará, aumentará.
Posso dizer apenas pela parte de Laila, pois desta estou mais próximo, ela sente muita falta das conversas, dos abraços, das saídas curtas, mas inesquecíveis, dos risos por nada, do sincero olhar, do consolo sempre dado. Ela sonha com a volta de Taylor. A cada noite, ela sonha com um sorriso seu, com uma palavra dita, ela sonha com ele e sonha com os seus cabelos tão diferentes e bonitos.
Laila só deseja mais uma coisa, que sua vida não volte a nascer, mesmo sabendo que daqui a pouco isso acontecerá; ela está sentindo o mesmo medo de antes, não quer encontrar e separar mais uma vez de um novo Taylor.
Quanto sofrimento há nas vidas de Laila.