domingo, 29 de maio de 2011

Sonhar, amar.

Ela está sentada na areia.
Sonha. Fecha os olhos e sonha. Não sabe ao certo com o quê sonha, mas sonha tendo um sonho bom.
Ela espera a sua chegada.
A brisa, sem querer, a acorda do seu sonho.
Ela decide. Não quer mais sonhar, quer acordar, levantar, despertar.
Não mais amar, amar. Não sonhar.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Um recado.

- Não procure em mim o que falta em você!

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Apenas venha.


Isso é para quando você vier e se não vier, esperarei mais um pouco.
Será apenas mais um dia sem sorrisos, sem abraços largos e bem dados. Mais um dia sem o ar, sem o sol e sem ouvir o cantar dos passáros. Então venha. Não demore, aperte os sapatos e comande-os. Peça para eles andarem um pouco mais depressa. Não deixe eu tentar me recuperar sozinha. Você sabe bem que eu te necessito, sabe que não consigo ficar sem ouvir o bater de teu coração clamando pela minha boca.
Eu só peço que venha com o amor, mas o amor puro. Não aquele amor que tenho visto por aqui. Traga o amor verdadeiro em suas mãos. Doe ele para mim. Complete o meu ser, meu ver, meu amar, meu você. Não venha com apenas um sorriso e a vontade ardente de me ter. Venha carinhoso. Sim, como antes. Venha com o brilho nos olhos e com o coração pulando por saber que estará ao meu lado. Entre pelo portão que há muito tempo não se abre mais. Venha com as mãos suadas de ansiedade e com a pernas trêmulas por tanto amor. Venha, venha. Não demore sequer um segundo mais.
Aproveite e traga aquela felicidade que deixei deitada na cama junto com os nossos lençois. Pegue os meus sorrisos também. Não esqueça de nada. Por favor, traga-me de volta.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

No confessionário...



"Na verdade , eu vim com o objetivo de me sentir amado mais uma vez. Desculpe a minha vestimenta, o meu odor e meu barulho que, apesar de  dentro de mim, é incontrolável. É que há três dias não como nada. Ãhn? Não, não. Obrigado. Até água fere o meu estômago. Então, eu vim  mesmo para ouvir a palavra acolhedora. Por que não vim antes? Desculpe-me . Essa semana eu tava cheio do bagulho, o senhor sabe, ? Preferi me esconder e cheirar aquelas pedras em tempo record. Eu consegui, acredita? Dormi durante dois dias seguidos  e quando acordei vi minha falecida maizinha, foi porque dois dias depois ia ser dia das mães. Isso mesmo. É, foi ontem. O senhor acha? É, pode ser  que eu ainda tava noiado. Uhum, sei. É verdade. Mas... É, eu sei. Tô ligado. Consigo não, senhor. Acho que dessa semana eu não passo. É como eu disse, vim só pra me sentir amado pela última vez, Lá fora ninguém sequer me olha, todos tem medo de mim e acho que com razão. Queria sair dessa, mas já chegou o meu fim.  O senhor me desculpe, viu? E que o Senhor me perdoe."
Sem ao menos ouvir a última palavra do padre, Alberto saiu da igreja com lágrimas nos olhos , sabendo que aquela  tinha sido a última visita ao lugar  que acalmava seu coração nos momentos de lucidez.  Apesar de ser dependente há 12 anos, ele tinha consciência dos males causados pelas drogas ( e quem não tem? ). Agora ele já sabia qual seria o seu próximo passo, sem volta: a morte.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Reviravolta.




E, surpreendentemente, sentiu uma pontada de esperança. Assustou-se, afinal, aquilo não acontecia há meses. Abraçou aquela calmaria que invadia seu coração, sem motivos, deixou as lágrimas rolarem sem dó. Uma serenidade que forçava seus lábios a se abrirem com facilidade. E aí, enfim, deixou as águas se misturarem com aquele sorriso largo.
No fim da emoção, deu-se conta de que era o fim. O fim da solidão, afinal valia a pena estar ela com ela, sem conflito, em paz, o fim da dor, pois essa depende da sua vontade. Apenas a saudade permaceria. Mas, dessa vez, iria ser uma saudade gostosa de ser sentida. Uma saudade que nos traria mais um sorriso a cada recordação.
Percebeu, então, o quanto era bom estar bem. O quanto é bom se sentir viva, em paz, no recomeço e , principalmente, com forças impulsionadoras!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Mais um desabafo.

Venha, meu querido.
Toque em dó, ré ou em mi.
Não faça isso. É amor te.


 
-


 
Olhei em  volta e percebi quantas diferenças ali existiam. Perguntei-me se ao menos uma pessoa pensava da mesma forma que eu. Não sei. Achei tudo confuso, tudo rápido. Tentei arrumar meus pensamentos, mas eles vinham como em uma chuva que não espera um pingo chegar ao chão para cair o próximo, mesmo que ela seja apenas uma garoa.
Não queria discorrer mais um texto sobre a minha saudade, a minha dor ou solidão. Eu sei que todos sabem o que significa cada palavra dessa. Sabem o quanto ferem nossa alma e o quanto lavam nossa face.  O problema é que não tenho encontrado muita inspiração para falar sobre outras coisas, na verdade eu não tenho feito algo que possa proporcionar essa tal inspiração. Acho que essa devia vir sem motivos , não é mesmo ? Então peço desculpas pela minha falta de criatividade e acabo repetindo mais uma vez : A saudade está me corroendo, a solidão não me desgruda e a dor me fere com uma faca, sem dó, aos poucos.