domingo, 15 de julho de 2012

Pobre moça.


As lágrimas da pobre moça ainda encontravam o chão.
Aquilo tudo tinha se tornado repetitivo e cansativo demais para uma pessoa só. Resolveu, então, compartilhar e chorar junto com quem nem podia sequer contar. Guardar para si era como uma tortura contínua, sem fim.
Quais mais provações iriam passar por aqueles olhos? Pobre moça!
Olhos fundos, negros, sem brilho algum. Pobre moça. Coração vazio, coração seco, com dor.
Queixo trêmulo, lábios murchos, cheios de amor.
Que ao menos voltasse, por um instante, para o adeus final, mais um final. Que agora fosse de verdade. Que partisse sem maldade, sem vontade de voltar, de amar, de olhar, de chorar, de desejar. Desejar o beijo por mais um dia. O corpo por mais uma noite. Aqueles abraços para os tempos frios.
Descrever a saudade é difícil, mas compreendê-la é muito mais.
Fecha os olhos, pobre moça. Reze mais uma vez e sonhe com o fim de toda a tua dor.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Hora certa.


Olha lá a sua hora chegando, querida. Mais um pouco e o ponteiro bate no ponto certo.
Acalma teu coração, repreende as tuas lágrimas e não deixe que elas caiam novamente. Os motivos estão antigos demais para te deixar tão infeliz.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Um sentimento passado.

Nunca fui tão romântica e disso você sabe bem. Na nossa história, o lado masculino sempre foi meu e agora devo pedir desculpas por todas as declarações de amor não respondidas. Dá para você voltar e deixar com que eu faça tudo diferente?
Acariciarei os teus cabelos que tem cheiro de maçã. Colocar-te-ei nos meus braços e cantarei para ver tua face adormecida. Tão doce, tão meigo. Farei amor com mais amor, com mais ardor, com mais desejo. Sorrirei ao te ver sorrir e te puxarei para mim a cada movimento que possa te fazer se distanciar do meu corpo.
Meu bem devo pedir desculpas ainda pelas cartas não terminadas. As suas estão aqui na caixinha decorada com corações e flores que, sem novidade, foi você quem me deu e que a decorou com tanto requinte. As linhas não acabadas me trazem dor por saber que deixei, assim como elas, o nosso amor esvair entre os dedos, ou melhor, num contínuo papel em branco.
Pergunto-me por que tão tarde fui perceber os sentimentos que por ti sinto. Pergunto-me por que não segurei tua mão com força nas horas que você não soltava a minha e pedia para eu não ir. Não sei se te mereço mais, querido. Não sei se você suportará todo o amor que tenho pra lhe dar depois de tanto desprezo e lamúria de minha parte.
As lembranças dos carinhos mais singelos me levam adiante. Recordar a tua pele, teus olhos negros, o teu cheiro de maçã me faz abrir um largo e longo sorriso amarelado de vergonha por ter te deixado ir sem motivos. Comigo resta saudade e culpa. Desculpe mais uma vez, pelo triste fim que levou o mais lindo amor que alguém poderia sentir por mim.

domingo, 15 de abril de 2012

No passado.

Ela já foi feliz, sim, bem feliz!
Quanta saudade ela sentia daquelas pessoas tão inexplicáveis. Daquelas pessoas que lhe arrancavam um sorriso só por vê-los sorrir. Daquelas pessoas que não sentem o mal, não lhe querem o mal.
As fotos agora são as únicas lembranças de todos aqueles dias felizes. Ainda irão existir dias como aqueles? – Ela se perguntava sempre. E chorava sempre também.
Quanta dor a solidão consegue criar, não é mesmo?
Quanta inutilidade parece existir em uma pessoa solitária. Quanta tristeza, quanto vazio, quanta, quanto ... Eram tantos os pensamentos, sentimentos que ela desistiu de narrá-los.
Medo! Sim, medo. Era o que ela mais conseguia ter. Medo das mudanças, principalmente mudança de sentimento. Não sabe bem se é do sentimento ou do momento. Estava tudo muito confuso na cabeça dela. As pessoas podem mudar, não é? Para o bem ou para o mal, mas elas podem!
Mas no fim, ela percebeu, que sobre a felicidade, todos os verbos estão conjugados no passado, apenas no passado. Nada está presente e o futuro é amedrontador. 

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Sobre você mais uma vez.

Estou tão limitada para poder dizer algumas coisas. Meus pensamentos e desejos estão voltados para você de qualquer forma.
Lembro-me bem daqueles dias ensolarados ao teu lado. Lembro-me melhor ainda das nossas noites, madrugadas ou qualquer hora que estivéssemos juntos, mas juntos literalmente, unidos, grudados, como um só. Foram horas mágicas, inexplicáveis, inesquecíveis, indecifráveis. Até agora eu ainda sinto o teu toque, o teu cheiro, os teus lábios. Até agora ouço teus gemidos, vejo tuas caras, sinto o teu corpo nu.
Volta, vem limpar minhas lágrimas que não querem cessar. Volta, vem preencher o vazio. Volta, vem me tirar da solidão, para de dizer não, volta pro meu coração.
O que eu faço com todas as promessas ditas, todas as juras feitas, todos os sonhos planejados? O que eu faço com o amor que não morre, com a saudade que não passa? O que eu faço, o que eu fiz?
Responda-me algo. O teu silêncio está corroendo minha alma. Ferindo-me por dentro, está sangrando.
A minha cama, a nossa cama, tem sido tão companheira que parece me abraçar todo o tempo, não me permite levantar, não me deixa sair. Preciso ser reconstruída, juntar os cacos, curar a ferida.
Olhar e não te encontrar é como respirar e não encontrar o ar. Espero teus telefonemas sem me dar conta de que eles não chegarão mais, nunca mais.
Preciso gritar para dentro que não há mais chance para nós. Não há mais tempo para quem o desperdiça como você sempre faz, como você sempre fez, como sempre fará.

terça-feira, 3 de abril de 2012

Mais uma vez.

Mais uma vez nós fizemos um nó e desatamos os laços. Mais uma vez chegamos ao ponto e desistimos das vírgulas, reticências, eticéteras, abre aspas, fecha aspas. Chegamos ao fim,chegamos ao topo,ao poço, não sei bem. Talvez tenhamos tentado demais e isso acabou nos afetando. Talvez toda essa distância tenha maltratado os nossos sentimentos, ou apenas o meu. Queria poder ver dentro de você. Saber o que realmente sente e talvez dar mais uma chance como sempre foi feito por mim. Valeria a pena mais uma vez?
Com os olhos ainda inchados, devido a noite mal dormida e bem chorada, eu tento ver o meu futuro com a tua ausência, com aquela ferida sempre aberta, sem cura, com tortura. Tô tentando encontrar o eixo e me regularizar nessa situação que já deveria ser tão cômoda para mim, afinal, foi apenas mais uma vez.
O que eu poderia te dizer novamente, meu amor? Não consigo mais encontrar nenhuma palavra. É como se todas elas estivessem entrado dentro de um poço, ou subido ao topo, nosso topo!
E agora? Como enfrentar?
Como erguer a cabeça mais uma vez?
Como não desistir e voltar atrás, pedir desculpas, pedir pra você voltar, como se nessa história toda a errada tivesse sido eu? Eu sou capaz de fazer tudo isso por você. Sempre fiz tanto por nós. Você tão pouco.
Mais uma vez, e agora?
O que fazer com a cama vazia? Com o coração vazio?
O que fazer com as lembranças que me atormentam e me tiram do foco, deixando-me zonza?
A vida não parece mais a mesma.
Tudo agora está sem sentido, e eu já comecei a desmoronar.
Não sei se vou conseguir me reconstruir sozinha. Afinal você sempre foi meu ponto de apoio.
Mais uma vez, fim!

quarta-feira, 28 de março de 2012

Amor feito bolha.

Às vezes o mundo dá uma paradinha para você olhar ao seu redor, de cima para baixo. E aí parece que todos mudaram, acostumaram com a tua ausência e você estagnado. Esperando os dias passarem para reencontrá-los e perceber a diferença em suas vozes, seus gestos e em seus sentimentos. Mas mesmo assim, você continua aguardando ansiosamente para pegar uma agulha e alfinetar seu próprio coração com o intuito de soltar todo o seu amor.


- Texto em construção.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Eterno perdoar.

E no fim, todas as palavras que foram ditas serão consideradas cruéis. O que aconteceu conosco, meu bem? Cadê o nosso amor eterno?
Eterno?
Agora, essa palavra soa tão triste sem você para sussurrar em meu ouvido, sem você para me abraçar e parecermos um só, um nós, um eu e você, um ETERNO...
Todos os bilhetes estão aqui, inclusive os que eu não cheguei a te entregar, por falta de tempo talvez. Na verdade, acho que foi por falta de paciência. Eu sei o quanto incompreensível eu sou e compreendo também todas as coisas que foram destruídas por minha incompetência. Perdoe-me.
Fui impotente nas horas mais precisas, nos momentos mais difíceis, no tempo de te ouvir, te pegar no colo, chorar contigo, juntar os teus cacos caídos ao chão. Perdoe-me. Perdoe-me pelas lágrimas que deixei escorrer pela face, ao invés de sorrir do teu sorriso, silenciar com o teu silêncio, esperar com a tua espera. Incapacidade pode ser tolerada?
E com todos os meus tristes defeitos, eu ainda sou (in)capaz de perguntar pelo nosso “eterno amor”. Perdoe-me!

domingo, 18 de março de 2012

Sempre multiplicando.



Pergunto-me: Isso é possuir? Isso é ter?
Alguém aí sabe me responder?
Quando há algo bom devemos multiplicar e não dividir. Não divida o amor que sempre guardei e muito menos a confiança que estou tentando construir. Também não divida os telefonemas, as mensagens, os apelidos carinhosos. Multiplique sua presença que eu tanto sinto falta. Eu sei que é uma presença ausente, mas apareça!
Multiplique também os meus sorrisos e deixa eu melhorar o teu. Ainda há algo que eu possa melhorar em você? Por aí está tudo bem, não é? Então me multiplique, apenas multiplique, multiplique e permaneça. Pratique a constância.
Deixa que eu te ajude. Ensinar-te-ei essa linda operação.  Não se mantenha dividido. Eu estou aqui para te multiplicar.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Mais solidão.



Sentou-se no sofá aconchegante e vazio que começou a chamá-la para retornar ao passado e remoer as lembranças. Lembranças dos amores, dos amassos, dos abraços. Dos copos postos às mesas, das risadas altas, dos sons ensurdecedores. Quanta coisa havia passado despercebida? Quantas vezes mais o semblante seria o dono da situação, fazendo com que todos notassem os seus sentimentos, as suas dores?
A solidão havia tomado conta do espaço e estava começando a sufocá-la. Parte de seu corpo estava imerso naquele sofá que a abraçava carinhosamente sem deixá-la expulsar as velhas recordações. Talvez nem ela quisesse que isso passasse afinal o que mais ela tinha nas mãos, senão as lembranças constantes?