domingo, 10 de março de 2013

Tudo bem.

Tudo bem. Aceito o fato de não ser a melhor companhia que alguém pode desejar.
Tem dia que estou bem, tem dia que desejo que todos sumam. É assim mesmo. Concordo com você: sou um saco!
Mas bem que podíamos tentar mudar isso juntos, não é?
Quem sabe dando uma fugida dos trabalhos nos fins de semana e indo ver o pôr-do-sol depois de uma tarde escaldante? Ou até mesmo ficando em casa, assistindo filmes, fazendo promessas, brincando de morder um ao outro ... Que tal? - Não? Ah. Tudo bem.
Pois é, tem sido assim. Um desejo imenso de uma companhia agradável. São poucos os que tem aparecido, na verdade, acho que nenhum até agora. Tenho estado mais sozinha ultimamente. Acho que não por minha vontade, talvez seja, não sei. Parece mais ser por azar mesmo ou por ser desagradável ao extremo. Sem características atrativas, qualidades inigualáveis ou aquelas coisas que cada mulher tem diferente e que atrai.
Tá, mais uma vez ... Tudo bem!

sexta-feira, 1 de março de 2013

PATE III: Fim.


Lanis passou sua primeira noite acordada, pensando o quanto sua vida poderia ter sido diferente. Tentou imaginar o rumo que Jhon tinha tomado sem a presença dela. Bem, deve ter  firmado namoro com Anne, talvez.
Quase ao amanhecer, Lanis ouviu barulhos vindos do quarto de seus pais. Levantou-se para ver o que acontecia. Ao abrir a porta, encontrou sua mãe debruçada em seu pai, com a cabeça para fora da cama, vomitando sem parar. No primeiro momento ela não soube o que dizer e achou que sua mãe poderia ter comido alguma coisa que havia feito mal. Foram alguns minutos observando aquela cena que a deixou chocada devido a palidez e suor presentes na face da mãe. Percebeu o cansaço  da mulher que se deixou cair na cama enquanto os enjoos cessavam, foi aí que a moça conseguiu dizer alguma coisa:
- Pai, o que está acontecendo? A mamãe está bem?
- Acho que precisamos conversar, Lanis. – Respondeu sem olhar para o rosto da filha.
Pai e filha sairam do quarto enquanto a mãe descansava. O dia começava a clarear ao contrário da mente de Lanis que estava escura e confusa.
O pai começou as explicações:
- Querida, após alguns meses depois de sua partida, sua mãe começou a sentir dores de cabeça fortes que a deixavam tonta e enjoada por dias seguidos. No início achamos ser um distúrbio hormonal por conta do começo da menopausa e sua mãe se recusou procurar um médico. Mas as dores não cessavam e as tonturas começaram a provocar desmaios. Eu insisti para que ela fosse ao médico e assim ela fez. – Lanis sentiu a voz entrecortada do pai e percebeu a gravidade da situação. Ele então continuou:
- Depois de uma série de exames, nosso médico, o doutor Bruce, lembra-se dele?
- Sim, papai. Mas diga o que a mamãe tem. – Lanis já sentia o coração disparar pelo medo da resposta.
- O doutor Bruce nos deu o pior diagnóstico possível, Lanis. Era a única coisa que eu nunca quis ouvir em toda a vida. – O pai não se conteve e caiu em lágrimas antes mesmo de prosseguir a conversa.
- Papai, a mamãe está morrendo? É isso? Eu não posso acreditar que vocês me esconderam isso por tanto tempo! Eu podia ter voltado antes, eu podia ter ajudado. Isso não é justo, pai! – Lanis deixou-se cair no sofá e chorou mais ainda com o abraço inesperado de seu pai. Permaneceram assim por um longo tempo, um chorando no ombro do outro.
No decorrer do dia, o pai de Lanis foi explicando melhor a situação de sua mãe. Ela estava com um tumor maligno no cerebro e não havia mais nada a ser feito, uma vez que a cirurgia era de alto risco e não garantia melhoras em seu resultado. O doutor Bruce havia determinado mais uns 3 a 4 anos de vida para a mãe de Lanis, aquele era o terceiro ano e as crises de dores, tonturas, enjoos só pioravam. Ela havia emagrecido e perdera o apetite.
Lanis sofreu ainda mais com essa notícia e culpou-se mais uma vez por ter tomado uma decisão daquela aos 18 anos. Não havia mais o que fazer pela sua mãe, não havia como recuperar o tempo perdido. Sentiu-se perdida mais uma vez. Decidiu que dali para frente, sua vida seria dedicada ao pouco tempo de vida que sua mãe tinha.
Lanis começou a levar a mãe ao médico, a preparar as refeições, limpar a casa. Deu início a uma relação de mãe e filha que elas não possuíam há anos. Fez um relatório de perguntas para sua mãe, com o intuito de conhecê-la melhor. Leu livros enquanto a pobre senhora descansava. Passou noites acordada ao lado da mãe quando ela estava em crises. Foi a filha que sempre deveria ter sido: atenciosa, carinhosa e compreensiva!
Os meses passaram depressa e mais depressa foi o declínio da saúde da mãe de Lanis. Agora estava magra de dar dó e quase não comia mais alimentos sólidos devido aos enjoos frequentes.
Em uma dia de suas piores crises, recusou-se em ir para o hospital e fez um pedido a Lanis e o marido:
- Quero pedir a vocês que não me impeçam de morrer. Vejam meu sofrimento e não queiram me ver sofrer mais. Quando chegar minha hora, deixe-me ir. Saibam que esse é o meu maior desejo.
- Mamãe,que conversa é essa? Pare com essas besteiras ...
- Lanis, querida. Você é a filha que qualquer mãe queria ter. Eu prometo que nunca vou abandonar você novamente.
- Fui eu quem te abandonei, mamãe. Por favor, me perdoa!
Lanis sentiu o nó na garganta e não conseguiu se conter, deitou no colo da mãe e foi capaz de sentir as costelas da mulher. Os dedos de sua mãe entranharam os cabelos da filha em um movimento lento. Aquele era o melhor carinho que Lanis poderia receber.
- Não sei se conseguimos recuperar o nosso tempo perdido, filha. Mas eu sempre vou estar presente em tua vida, mesmo que seja em um raio de sol irradiando o teu olhar. Serei a luz presente em teu mundo. Não se deixe entristecer. Eu te amo mais que tudo na vida.
Lanis não pode responder àquilo e continuou agarrada a frágil mulher. Olhou para seu pai e viu as lágrimas que também escorriam sem cessar.
A mãe de Lanis faleceu duas semanas após em uma noite tranquila. O velório foi na igreja em que a família frequentava. Era um dia chuvoso. Não foram muitas pessoas que compareceram, mas as poucas que vieram demonstraram-se surpresas com a morte da mãe de Lanis, pois a família havia sido discreta em relação a doença.
Pai e filha passaram todo o velório de mãos dadas e no fim do dia, no mesmo sofá em que se sentaram na primeira conversa sobre a doença da mãe, choraram mais uma vez abraçados.
- Agora somos só nós dois, filha. – Disse o pai, após soltar-se dos braços de Lanis.
Nesse momento, encerrando o dia nublado, um raio de sol entrou pela janela e irradiou os olhos de Lanis. Ela sorriu graciosa e disse:
- Não, papai. A mamãe está aqui. Nunca estaremos sozinhos!

sábado, 23 de fevereiro de 2013

PARTE II


Arrumou todas as coisas que tinha em uma única mala. Deu fim a todos os seus poucos móveis, “vendendo-os à preço de banana”. Lanis sabia que aquela era a melhor e única coisa que poderia fazer: voltar para São Paulo. Pediu demissão e aguardou dois dias para receber o que tinha direito. Comprou sua passagem e embarcou uma semana após a conversa com Jhon. Durante esse tempo, ele ligou, mandou sms, mas Lanis não o atendeu de nenhuma forma.
Sua viagem foi tranquila, mas não sabia se assim seria quando chegasse em casa. Não havia ligado para avisar nada temendo que seus pais a rejeitasse. Desceu na rodoviária às 13:00 horas de uma terça-feira. Havia esquecido o terminal rodoviário do Tietê era movimentado e sentiu-se perdida por um momento. Respirou fundo e enfrentou toda aquela multidão, com a coragem que achava que nunca teria e que nunca teve.
- Quem é? – Lanis ouviu sua mãe perguntar ao interfone. Depois de dois meses sem ligar para casa, a voz de sua mãe soava estranha.  Talvez triste, amargurada, não sabia. Pensou no quanto havia perdido durante aqueles seis anos e sentiu ódio por ter sido tão estúpida. Fechou os olhos com força e deixou uma lágrima escorrer.
- Mamãe, sou eu. Lanis.
- Lanis? Minha filha? – Sua voz passou de triste para incrédula.
- Sim, mamãe. Em carne e osso. – Soltou uma risada contida. – Dá para abrir o portão e vir me receber?
- Claro, minha filha. Estou descendo.
Lanis ouviu o bater do interfone, como se a mãe mal tivesse colocado-o na posição correta. Percebeu que a surpresa não havia sido desagradável e compreendeu o quanto sua mãe a amava e sentiu-se culpada mais uma vez.
- Lanis! Não posso acreditar. É você minha filha. Quanto tempo. Como você está? Por que não avisou que viria? Está de dieta? Estou lhe achando magra. – Sua mãe disparou a falar e nem deu sinal da raiva que Lanis havia percebido no seu último telefonema. A mãe havia apagado aquilo da memória.
- Por que os seus olhos estão inchados, querida? Andou chorando? E essas olheiras? O que aconteceu, Lanis? Vamos, entre!
Sua mãe a conhecia como ninguém. Lanis se lembrou de quando era criança e comia os doces da geladeira escondido. Após o almoço pedia um pedaço a mãe e ela dizia: “Você já comeu pela manhã, não se lembra?”. Achava que a mãe tinha uma bola de cristal escondida.
- Que canalha, Lanis. Eu sabia que ele não prestava, minha filha. Eu tentei abrir seus olhos, mas você nunca me ouvia, sempre gritava comigo. Seu pai vai querer matá-lo quando souber. Ele não podia ter feito isso com você.
- Está tudo bem agora, mamãe. Acalme-se. Eu devo pedir desculpas a vocês por toda a minha desobediência. Espero que me aceitem ainda como sua filha.
- Que bobagem é essa, querida? – Passou a mão no rosto de Lanis carinhosamente – Você é nossa filha. Vá tomar um banho. Vou preparar alguma coisa para você comer. Já deve estar passada de fome, não é? Ah, seu quarto continua no mesmo lugar e do jeito que você deixou. Tem toalhas limpas do lado direito do guarda-roupa.
Quando Lanis já estava a caminho do quarto sua mãe a gritou:
- Lanis?
- Sim, mamãe.
- Eu te amo mais do que tudo na vida, querida.
- Eu também te amo, mamãe. – Respondeu com a garganta travada e surpreendida com a nobreza daquela mulher.




quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

PARTE I



Na ânsia de falar, nada sai.
Era o que estava ocorrendo naquele exato momento. Jhon perguntava insistentemente o que acontecera, mas Lanis não sabia o que dizer, ou, na verdade, por onde começar. Por um milésimo de segundo reviveu a tarde anterior àquela. Há quase exatas 24 horas, observava Jhon acariciar a mão de uma garota que ela nunca havia visto. O toque dele parecia ser um gesto normal para a moça que não parava de jogar os cabelos de um lado para outro, demonstrando ser um de seus charmes. Eram íntimos demais para um primeiro encontro. Aquela traição não aparentava ser de pouco tempo.
- Jhon, eu passei pela cafeteria Street ontem a tarde. – Lanis disse quase que em um sussurro. E, mesmo de cabeça baixa, pode ver os olhos de Jhon estremecerem, sua testa suar e seus lábios entreabertos tentando dizer uma palavra sequer.
Lanis não pediu para que ele dissesse alguma coisa ou que tentasse se explicar. Ficou em silêncio. Pensou em tudo que haviam vivido durante aqueles 6 anos e perguntou-se onde havia errado. Onde havia deixado uma lacuna para que ele procurasse preenche-la com outra companhia. Lembrou-se do quanto a garota era bonita, mesmo estando de costas para ela. Cabelos negros, longos, lisos, silhueta definida e postura impecável. Devia ter um bom papo, afinal, Jhon nem notou a presença da noiva bem atrás das portas de vidro da cafeteria.
Jhon interrompeu seus pensamentos com um simples “Eu sinto muito, Lani.” Costumava não dizer o ‘S’ de Lanis e argumentava que soava mais carinhoso, ela, porém, nunca concordou com tal explicação.
Lanis sabia que aquela deveria ser uma conversa longa, com devidas explicações e possíveis mentiras da parte dele, mas não queria que aquilo acontecesse. Gostaria de ficar em silêncio, ouvindo o movimento da rua. A sua noite já havia sido muito conturbada com todos os pensamentos, todas as lágrimas, toda a dor de cabeça. Enquanto a Jhon, esse não sabia ao certo o que deveria dizer, compreendia exatamente que deveria ficar calado por um tempo. Olhou para sua, talvez ex, noiva e percebeu o quanto seus olhos estavam inchados e as imensas olheiras que carregava. Sentiu-se tonto por ter sido tão burro de ter levado Anne para a cafeteria tão visitada por Lanis e sentiu-se mais burro ainda por ter traído uma pessoa tão maravilhosa como aquela.
Dessa vez, quem cortou o silêncio e o pensamento foi Lanis, que enfim perguntou:
- Como você a conheceu? Como ela se chama? Por que fez isso?
Sua voz tremia, o que fez cortar o coração de Jhon. Mesmo assim, percebeu o quanto Lanis era forte e a admirou por isso.
- O nome dela é Anne. Tem 20 anos e é estagiária do papai. Eu a conheci quando fui até lá para entregar uns documentos que haviam chegado em casa e a mamãe disse que eram importantes para o projeto que papai estava fazendo e que eu deveria levá-los lá, por que ele poderia precisar naquele mesmo dia. Assim que cheguei, esbarrei-me com Anne e deixei todos os papéis caírem ao chão. Ela me ajudou a pegá-los e pediu desculpas por não observar por onde andava. – Deu uma pausa e percebeu o quanto Lanis sofria ao ouvir tudo aquilo. - Lani, acho que você não precisa saber como as coisas aconteceram. Sinto-me um canalha e sei que sou, mas não preciso dificultar a situação para você tendo que explicar a minha noiva como eu me interessei por outra garota. Isso é ridículo.
- Jhon, eu não sei o que devo fazer. Como devo agir, se eu bato em você ou se te expulso a ponta pés daqui. Foram 6 anos, como você pode? – Começou a chorar e pensou que não ia aguentar mais falar. – O que eu fiz de errado, Jhon? Mandar cartas todo dia do nosso aniversário de noivado? Ou será que dizer que te amo todas as noites é demais? Ah, talvez ter deixado de ir para a melhor faculdade de São Paulo para poder me casar com você, não é?
Você ao menos sabe a gravidade da situação? Sabe o que os meus pais podem fazer comigo ao saber de tudo isso? Sabe, Jhon?
Lanis não encontrava forças para dizer tudo o que tinha entalado, então apenas pediu para que ele fosse embora. Ele tentou iniciar uma frase, mas Lanis repetiu com autoridade:
- Vá embora agora!
Ele foi.
Caiu em sua cama novamente e soluçava feito criança. Pediu a Deus para superar aquela dor que cortava seu coração e pediu para conseguir engolir aquela bola que sentia travar sua garganta. O que ela mais queria era o colo de sua mãe. Era poder pedir desculpas por ter a enfrentado para viver o amor que ela sentia por Jhon. O que ela havia ganhado com tudo aquilo?
Agora, encontrava-se em uma cidade no interior de Minas Gerais, vivendo em um quartinho alugado e esperando o dia de seu casamento com o rapaz que a traia há meses, ou anos, talvez. Pensou em ligar para sua casa em São Paulo e dizer a mãe que tinha se arrependido de tudo, mas lembrou que não ligava há 2 meses devido a última briga que tiveram por telefone.
Lanis tinha 24 anos e havia ido para Minas com os pais passar o verão por lá quando tinha apenas 18 anos. Conheceu Jhon em uma festa do mês de janeiro. Apaixonaram-se rapidamente e o fim do verão tornou aquele sonho em uma terrível luta. Lanis voltou para São Paulo, mas com a convicção de que voltaria para Minas e ficaria ao lado do rapaz que ela tanto amava. Logo quando anunciou sua decisão para sua mãe, ouviu gritos por umas duas semanas seguidas, mas não o suficiente para que fizesse mudar de ideia. No mês de julho, voltou para Minas e alugou um quartinho que ficava próximo ao restaurante onde Jhon havia arrumado um emprego para ela. Tudo aquilo era absurdo demais, mas no pensamento dos dois jovens, era a coisa certa a se fazer. E assim, fizeram.
Noivaram-se após 3 anos de namoro. A família de Jhon também achava tudo fora dos limites, mas nunca tentou impedir nada. A relação com os pais de Lanis foi morrendo a cada ano. A frequência de telefonemas foi diminuindo e sempre que havia algum, terminava em briga. Lanis não voltou mais a São Paulo desde os seus 18 anos. Agora, com 24, encontrava-se completamente perdida e vendo a realidade que insistiu em não observar durante todo aquele tempo. O rapaz por quem havia largado tudo tinha um caso com uma estagiária e ela possuía apenas um emprego ridículo de garçonete.
Lanis chorou tanto naquela tarde que acabou pegando no sono e quando acordou, percebeu que dormiu mais de 12 horas seguida. Bem, achava que agora havia descansado o suficiente para pensar em uma solução e um rumo para sua vida. 




Oi, gente boa. 
Eu sei o quanto estou sumida desse meu canto, mas estou  voltando com algumas novidades.
Esse texto é uma primeira parte de mais alguns que estão por vir. Será uma história curta, mas espero que agradem a todos.
Prometo visitá-los e ler tudo o que perdi, mas isso requer tempo, então tenham paciência comigo.
Saudade do canto de vocês, assim como eu estava do meu.
Ah, não sei se perceberam,mas minha história ainda está sem título. Não consigo processar muitas ideias ao mesmo tempo, rs. Qualquer dica, deixe nos comentários, viu? :)
Grande beijo.

domingo, 15 de julho de 2012

Pobre moça.


As lágrimas da pobre moça ainda encontravam o chão.
Aquilo tudo tinha se tornado repetitivo e cansativo demais para uma pessoa só. Resolveu, então, compartilhar e chorar junto com quem nem podia sequer contar. Guardar para si era como uma tortura contínua, sem fim.
Quais mais provações iriam passar por aqueles olhos? Pobre moça!
Olhos fundos, negros, sem brilho algum. Pobre moça. Coração vazio, coração seco, com dor.
Queixo trêmulo, lábios murchos, cheios de amor.
Que ao menos voltasse, por um instante, para o adeus final, mais um final. Que agora fosse de verdade. Que partisse sem maldade, sem vontade de voltar, de amar, de olhar, de chorar, de desejar. Desejar o beijo por mais um dia. O corpo por mais uma noite. Aqueles abraços para os tempos frios.
Descrever a saudade é difícil, mas compreendê-la é muito mais.
Fecha os olhos, pobre moça. Reze mais uma vez e sonhe com o fim de toda a tua dor.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Hora certa.


Olha lá a sua hora chegando, querida. Mais um pouco e o ponteiro bate no ponto certo.
Acalma teu coração, repreende as tuas lágrimas e não deixe que elas caiam novamente. Os motivos estão antigos demais para te deixar tão infeliz.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Um sentimento passado.

Nunca fui tão romântica e disso você sabe bem. Na nossa história, o lado masculino sempre foi meu e agora devo pedir desculpas por todas as declarações de amor não respondidas. Dá para você voltar e deixar com que eu faça tudo diferente?
Acariciarei os teus cabelos que tem cheiro de maçã. Colocar-te-ei nos meus braços e cantarei para ver tua face adormecida. Tão doce, tão meigo. Farei amor com mais amor, com mais ardor, com mais desejo. Sorrirei ao te ver sorrir e te puxarei para mim a cada movimento que possa te fazer se distanciar do meu corpo.
Meu bem devo pedir desculpas ainda pelas cartas não terminadas. As suas estão aqui na caixinha decorada com corações e flores que, sem novidade, foi você quem me deu e que a decorou com tanto requinte. As linhas não acabadas me trazem dor por saber que deixei, assim como elas, o nosso amor esvair entre os dedos, ou melhor, num contínuo papel em branco.
Pergunto-me por que tão tarde fui perceber os sentimentos que por ti sinto. Pergunto-me por que não segurei tua mão com força nas horas que você não soltava a minha e pedia para eu não ir. Não sei se te mereço mais, querido. Não sei se você suportará todo o amor que tenho pra lhe dar depois de tanto desprezo e lamúria de minha parte.
As lembranças dos carinhos mais singelos me levam adiante. Recordar a tua pele, teus olhos negros, o teu cheiro de maçã me faz abrir um largo e longo sorriso amarelado de vergonha por ter te deixado ir sem motivos. Comigo resta saudade e culpa. Desculpe mais uma vez, pelo triste fim que levou o mais lindo amor que alguém poderia sentir por mim.